Histórias


Sabe o que eu aprendi?
(...) era duas da manhã, eu não conseguia dormir, já era a terceira vez que isso me ocorria, deitada, mas nada acontecia, nem sequer um cansaço, nada só não tinha vontade de dormir. Sentia falta de alguma coisa, mas me impedi de lembrar o que era, doía tanto se lembrar dele, uma dor interminável no meu coração, um vazio, uma sensação de incapacidade, só queria ficar parada, só não parava de respirar porque é automático, porque se dependesse de mim, eu não faria esforços pra continuar vivendo, sem uma parte do meu coração como iria sobreviver? Não sou capaz suficiente pra continuar assim, sem ele, sem parte da minha vida, não tem mais nada que contar na história da minha vida, só que eu conheci uma pessoa em uma tarde de verão, passei um longo tempo com ele, nos apaixonamos, e ele se foi, assim como o vento que passa entre a gente e nunca é o mesmo, quem sabe um dia ele não volta a ser o mesmo. Ele já estava cansado de mim, não queria mais me ligar, nem responder minhas mensagens, já não se importava mais com o que eu fazia não se interessava por nada que dissesse respeito a mim, me pergunto o que será que eu fiz que irritasse tanto ele a ponto de me deixar sem nenhuma explicação? Será que ele simplesmente enjoou de mim, simplesmente não agüentava mais olhar na minha cara? Acho que não vou ter tão cedo essa explicação, insistia muito pra saber, perguntava pra ele, e ele nada respondia, ligava e não me atendia. Foi assim que aconteceu...
, os dias foram se passando, as lagrimas que antes não me deixavam enxergar, já estavam se esvaindo, e com elas a dor foi amenizando, não por completo, não seria tão capaz de deixar de amar alguém assim da noite pro dia, mas foi se tornando suportável, não conseguia dormir muito a noite, mas já estava começando a me acostumar com o vazio que existia dentro de mim, pensei muitas vezes em preencher o espaço que estava vazio, mas não tive coragem, acho que nem seria capaz de fazer isso, porque quando estava junto naquele tempo eu dizia olhando em seus olhos
 “- Nunca vou amar outro assim como eu o amo...”
, então não seria justo fazer isso com ele, mesmo ele não merecendo o meu amor, não consigo deixar de amar, ele era tudo, é tudo pra mim ainda, mas não posso fazer nada, ele sempre foi tudo que eu sempre quis e tudo que eu tinha, agora, nada mais restou, mas ainda sobrevivo.
O que mais doía agora eram as pessoas que insistiam em me fazer lembrar todos os momentos com ele, aquilo me fazia tão mau, quanto mais eu forçava pra sair do buraco, mas as pessoas me colocavam, e cada vez mais fundo, eu cheguei a acreditar que não iria mais sair de lá, mas consegui. Eles me perguntavam constantemente se estava tudo bem, e eu tornei a repetir diversas vezes a mesma resposta, dizendo-lhes que estava tudo bem, que aquilo era passado, e que não iria cometer os mesmo erros do passado, mas aquilo era tão automático, mas eu quase cheguei a acreditar que estava tudo bem, só depois de um tempo eu reparei que não era verdade o que eu falava, eu só estava tentando me enganar pra sair desse buraco, mas mesmo não conseguindo nem ao menos escapar de afundar de vez, eu ainda vou viver, eu sobrevivo.
Tentei esperar pra ver se o tempo faça a dor ir embora, mas o tempo não cura, e foi difícil pra eu descobrir isso sozinha, foi duro, tive que sofrer pra aprender, ninguém nunca esteve do meu lado, era ele que me confortava quando alguma coisa dava errada, era ele que estava quando eu precisava, era ele que estava nos momentos bons e ruins, era sempre ele, me acostumei com a idéia de ter sempre ele ao meu lado que esqueci que o mundo ainda existia, então em apeguei tanto a esse amor, que esqueci que tinha que viver, e me comunicar com as outras pessoas, mas não pensava que no futuro ia ficar sozinha, nos fazíamos planos, era tudo tão perfeito, que nos esquecemos de viver o hoje e passamos a viver o amanhã. Mas mesmo assim eu ainda sobrevivo.
À medida que o tempo passava meu coração foi costurando-se ponto por ponto, e esses pontos me causavam pequenas dores, que eram suportáveis, mas demorou muito pra cada ponto se fechasse por completo. Eu sofri, mas ainda sim eu sobrevivo.
O mais chato é que eu tinha que esperar nascer o sol pra te ver, nem sempre estava junto, mas quando isso acontecia era pura mágica, você me tornava especial, e eu te amava como se fosse a ultima pessoa com a qual eu me relacionaria, mas não foi assim, você me deixou e eu entrei em uma profunda crise, uma depressão que ninguém acreditava que eu superasse, mas por mais absurdo que parecesse, ele era minha vida, o ar que eu respirava, dependia dele pra tudo, ele cuidava de mim e eu mal cuidava dele, todos os dias era ele que me ajudava a fazer minhas escolhas, por mais clichê que parecesse, era assim que vivia, eu sempre ao seu lado, e ele sempre me protegendo... ...Mas esse tempo se foi, você fez sua escolha quando passou daquela porta e me disse adeus, e suas únicas palavras de explicação foram,
“- Me espere, te amo.”,
, te esperar? Você só podia estar de brincadeira, foi o que eu fiz por intermináveis meses, eu te esperei ainda te amando, e você não apareceu, não deu sinal de vida, simplesmente se foi sem mais nada dizer, nem me disse ao certo o motivo que levara a ir embora, eu chorei tanto, que pensei que não fosse possível acontecer, eram tantas as lagrimas que minha cabeça começava a doer de lembrar, eu soluçava, me contorcia e agonizava, mas você não estava aqui pra saber de tudo isso, você ao menos liga pra saber como eu estava. Nem sequer deu um sinal de que ainda estava vivo, e bem. Mas eu ainda sobrevivo.
Quando fez um ano da sua inexplicável partida eu me sentia renovada, não intacta, mas já estava conseguindo viver. Lembrava do seu rosto e não chorava, sentia o mesmo cheiro que você tinha e não lamentava, já estava me recuperando bem, foi ai que meu mundo caiu, você apareceu, deu continuidade a minha dor, abriu a cicatriz, destruiu meu mundo. Era exatamente meia noite e meia, você mandou uma mensagem, meu celular nada escandaloso me despertou. Minha vista meio embasada me impediu de ler o que lá estava escrito, depois de alguns segundos comecei a entender o que lá tinha, e assim dizia... “Espero que não tenha me esquecido, quero te ver! Você ainda me ama? Porque eu ainda não te esqueci e ainda te quero como sempre quis, espero noticias suas!” Um choque enorme passou por todo meu corpo, estava começando a suar, o nervosismo aumentando a cada segundo, meu coração começou a doer, a ferida estava se abrindo, e você já sabia que eu iria sofrer pela sua falta, mas não fez nada. Eu já não sei se sobrevivo.
Depois de muito me debater, não sabia se te respondia ou deixaria passar e fingia que tudo não tinha passado de um sonho, porém seria difícil resistir à tentação de explicações. Resolvi deixar, não responder não ter nenhum tipo de contado com meu passado já quase apagado. Não eu não estou conseguindo, dessa vez eu não sobrevivo.
A vida foi passando, eu nunca mais fiquei com ninguém, já tinha se passado muitos anos, alias longos anos, quando eu descobrir o que tinha acontecido. Ele tinha mandado aquela mensagem antes de tentar se matar era o único motivo pelo qual ele não se mataria, se eu ainda estivesse esperando por ele, quando eu descobri isso quase tive um ataque, pois o cara que eu mais prezava e amava estava morto e eu não pude fazer nada, me lamento todos os dias da minha vida por não ter respondido aquela mensagem. Ainda deitada na cama às duas da manhã agora chorando por não tê-lo mais, cai em uma depressão profunda, já estava pensando nisso a anos mas ainda não tinha a coragem para fazê-lo, porém já estava cansada de nada fazer, então resolvi levantar e sair andando com a roupa do corpo pro desconhecido, andei até a ponte da cidade onde lá fiquei imersa a tanta água, esperando o momento que o meu amado viesse me buscar,

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